Museu Municipal de Coimbra

O Museu Municipal da Câmara Municipal de Coimbra divide-se em cinco núcleos instalados no Edifício Chiado, na Torre de Almedina, na Torre de Anto e Sala da Cidade e Edifício da Inquisição. Tem por missão investigar, compreender e divulgar temáticas que se relacionam com os núcleos museológicos e as suas coleções, para conhecimento e fruição do visitante, bem como promover o património histórico e artístico da cidade de Coimbra, com vista a sensibilizar o público para a sua preservação.

Para além do manifesto interesse dos seus edifícios, o Museu Municipal apresenta, entre outros acervos, a Coleção Telo de Morais, composta por uma importante coleção de pintura portuguesa dos séculos XIX e XX, assim como exemplares significativos de cerâmica, escultura, pratas e mobiliário.

Em cada núcleo do Museu Municipal poderá encontrar um programa diversificado de exposições temporárias, atividades sobre as temáticas da arte, da arquitetura e da história local e nacional, que procuram incentivar o pensamento crítico e a criação de hábitos culturais.

Edifício chiado

O Edifício Chiado é um interessante exemplar da arquitetura do ferro, inaugurado em 1910 para brindar Coimbra com uma filial dos Grandes Armazéns do Chiado de Lisboa. Era um espaço de venda de produtos variados como vestuário, tecidos e retrosaria, alimentos, móveis e brinquedos. Adquirido pela Câmara Municipal de Coimbra em 1984, sofreu obras de reabilitação e acolheu, em 2001, a coleção de arte doada à cidade pelo casal Telo de Morais, bem como a sua biblioteca de arte. A exposição permanente integra uma importante coleção de pintura portuguesa dos séculos XIX e XX, assim como exemplares significativos de cerâmica, escultura, pratas e mobiliário. No piso térreo e na galeria Almedina apresenta exposições temporárias.

Torre de Almedina|Núcleo da Cidade Muralhada

A Torre de Almedina, Monumento Nacional desde 1910, foi, em tempos, a principal porta de acesso aos intramuros da cidade de Coimbra, cuja designação nos remete para a época islâmica. Atualmente alberga o Núcleo da Cidade Muralhada, cujo objetivo é a recuperação, na memória coletiva, da existência da muralha, demonstrando a sua influência determinante na organização urbana de Coimbra, através da reconstituição da estrutura defensiva da cidade - das respetivas muralhas, torres de vigilância e portas - permitindo aos visitantes um melhor conhecimento da história e do espaço urbano de Coimbra medieval. Trata-se de um centro interpretativo que é complementado por um percurso pedonal, no qual se podem ver os vestígios da estrutura defensiva e a sua delimitação. No piso superior apresenta anualmente exposições temporárias orientadas para a história da cidade de Coimbra, assim como para temáticas relativas à história medieval.

Torre de Anto|Núcleo da Guitarra e do Fado

De origem medieval, a Torre de Anto integrava a antiga cerca de Coimbra. Durante a época manuelina foi adaptada a residência e, nos finais do século XIX, ali morou o poeta António Nobre, o que originou a designação pela qual é hoje conhecida. Classificada como Monumento Nacional desde 1935, acolhe atualmente o Núcleo da Guitarra e do Fado de Coimbra, inaugurado no dia 4 de julho de 2015, pela Câmara Municipal de Coimbra, que pretende contribuir para o conhecimento e divulgação duma expressão artística que projetou a cidade para o mundo. Cantores, instrumentistas, compositores e violeiros formatam um percurso expositivo que acompanha os momentos mais relevantes do Canto e da Guitarra de Coimbra ao longo de várias gerações. Ali podem ver-se alguns objetos do grande mestre Carlos Paredes, a letra de uma canção original de Zeca Afonso, uma guitarra de António Portugal e ainda a letra, manuscrita, da Trova do Vento que Passa, da autoria de Manuel Alegre. Este espaço possui um miniauditório, para pequenos concertos, e vários quiosques multimédia, com ecrãs táteis, que permitem explorar um grande manancial de informação sobre a temática expositiva. E porque é de música e de fado que se fala, o visitante tem à sua disposição uma playlist que pode usufruir.

Sala da Cidade|Antigo Refeitório do Mosteiro de Santa Cruz

A Sala da Cidade encontra-se instalada no Antigo Refeitório do Mosteiro de Santa Cruz, projetado por Diogo de Castilho, transferido para este espaço a partir de 1528, no âmbito da reforma de Frei Brás de Braga.

No topo nascente da sala ainda se mantêm os antigos púlpitos e o arco do espaço médio para onde o escultor Hodart modelou, em barro, as figuras da Última Ceia, atualmente expostas no Museu Nacional de Machado de Castro, bem como, a grande abóbada de cinco chaves e nervuras em estrela e o revestimento azulejar, do tipo enxaquetado.

Cedida à Associação de Socorros Mútuos dos Artistas de Coimbra em 1865, a Sala voltou à posse da Câmara Municipal de Coimbra no final da década de 80 do século XX. Após sondagens arqueológicas e requalificação do espaço, que lhe restituiu a imponência e dignidade originais, a Sala da Cidade passou a ser um espaço privilegiado para a apresentação de exposições temporárias de caráter histórico e de grandes projetos artísticos contemporâneos.

Edifício da Inquisição|Exposição Judeus de Coimbra

O imóvel que acolhe a exposição foi originalmente projetado como Real Colégio das Artes, integrado no conjunto monumental que se construiu, a partir de 1535, na novíssima Rua de Santa Sofia.

A instalação do Tribunal do Santo Ofício da Inquisição no edifício, a partir de 1566, deu origem a várias reformas que permitiram acomodar as dependências administrativas do tribunal, as celas e a casa do tormento, provocando danos irreversíveis no belo colégio renascentista.

Com a extinção do Tribunal em 1821 e a posterior passagem, inicialmente para a posse de privados, depois para o Município, o imóvel adquiriu novas funções de que sobrevivem cicatrizes de velhas feridas ainda por sarar e que o programa da exposição quis assumir.