Categoria: Parque da Cidade|Jardim histórico|Lazer
Parque emblemático da cidade é um dos espaços mais acarinhados de Coimbra, com uma localização privilegiada junto ao Rio Mondego.
Era inicialmente um espaço pertença dos monges beneditinos, localizado ao nível do curso das águas do rio, alvo de constantes inundações. Em 1888, a Câmara Municipal de Coimbra compra a Ínsua dos Bentos, constituída por laranjais, por área descampada onde se realizavam corridas de cavalos e por um campo de futebol, onde a Académica jogava. Em 1920 é proposto transformar a antiga Ínsua dos Bentos, em jardim público, ficando encarregue do projeto o paisagista floricultor portuense, Jacinto de Matos.
Foi o jardim construído com aterro e protegido por um talude marginal revestido a pedra, pontuado por bancos decorados com azulejos da “Fábrica Aleluia”, de Aveiro.
O nome do parque foi deliberado em sessão de Câmara, por forma a homenagear o Dr. Manuel Braga, grande impulsionador na valorização e na criação de espaços verdes na cidade, nomeadamente a Mata de Vale de Canas e os jardins da Av. Sá da Bandeira.
Até 1999, foi este espaço o palco das Noites do Parque da Queima das Fitas, que foram à data transferias para o local onde hoje se realizam, a Praça da Canção.
Ler maisIntegram o jardim diversos monumentos votivos, que não pode deixar de apreciar:
Monumento a Antero de Quental
O busto de homenagem a Antero de Quental (1842-1891) foi inicialmente promovido pelo “Diário dos Açores” e inaugurado, em 1929, no Jardim da Estrela (Lisboa). Em 1941, por oferta do Município de Lisboa, foi reinaugurado no local onde se encontra atualmente.
Açoriano de nascença, foi escolar em Coimbra onde participou ativamente em vários movimentos associativos e literários no qual se destaca a “Questão Coimbrã”. Foi a figura central do que viria a ser, na literatura, o período Realista.
Monumento a Florbela Espanca
A iniciativa da realização da obra em homenagem a Florbela Espanca (1894-1930) foi encomendada pelo Grupo de Arqueologia e Arte do Centro, ao escultor Armando Martinez, decorrendo a sua inauguração, em 8 de dezembro de 1994, data coincidente com as comemorações do 1º centenário do nascimento da poetiza.
Poetisa nascida em Vila Viçosa, nunca se associou a qualquer corrente literária. Todavia a sua poesia, dado o seu teor sentimentalista bastante forte, lembra-nos um pouco os nossos autores românticos.
Monumento a António Arnaut
Homenagem do Município de Coimbra a António Arnaut pelo seu papel na fundação do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Uma obra escultórica, em bronze, assinada por Pedro Figueiredo. Ao lado do busto foi também colocada uma placa com uma das frases do homenageado, também poeta e escritor: “Todo o fruto é vontade da semente”.
Monumento a Manuel Alegre
Estátua comemorativa dos 40 anos de vida literária de Manuel Alegre, inaugurada em setembro de 2005.
Na obra, em bronze, Manuel Alegre aparece envolto numa capa de estudante, a simbolizar o “espírito inconformista da academia de Coimbra”, pautado pela liberdade, pela justiça, pela igualdade e pela poesia”.
Poeta que pela sua tomada de posição contra a ditadura, a guerra colonial e o regime do Estado Novo, faz com que a sua obra seja pautada pelos ideais da Liberdade e da Fraternidade.
Museu da Água
Ocupa a antiga estação elevatória e de tratamento de água para abastecimento da rede pública conhecida pela “Casinha do Parque” que ainda ostenta a data da sua construção: CMC 1922.
Inaugurada em março de 2007, a atual estrutura foi concebida pelos arquitetos João Mendes Ribeiro, Alberto Lapa e Paolo Monzo para retratar a história do abastecimento público de água.
De referir também o aproveitamento do túnel subterrâneo que conduz atualmente a uma esplanada junto às margens do rio.
Barca Serrana
As Barcas Serranas faziam o transporte de mercadorias num trajeto entre Penacova e Figueira da Foz. O nome “serrana” deve-se ao facto de vir da serra carregada de lenha, carqueja e ramagem, vendida para os fornos da cidade.
Coreto
Desenhado pelo arquiteto Silva Pinto é inaugurado a 7 de julho de 1904 sendo transferido para o atual local a 29 de agosto de 1934. É constituído por cobertura em cúpula de oito secções de chapa lisa com platibanda curvilínea de ferro fundido decorada, a meio de cada face, por uma harpa, contendo no coroamento uma grimpa em ferro forjado.
Monumento ao Dr. Manuel Braga
Inaugurado a 23 de março de 1958.
A 21 de abril de 1955, em sessão de Câmara, delibera-se homenagear o Dr. Manuel Braga dando o seu nome ao até então designado Parque da Cidade, justificando-se a homenagem por ter sido o grande impulsionador das áreas verdes da cidade de Coimbra, como por exemplo a valorização da Mata de Vale de Canas, Avenida Sá da Bandeira e em particular a transformação, na década de 1920, da antiga Ínsua dos Bentos em jardim público.