PGA - Pedro Guilherme Andrade

O portefólio de produtos PGA traduz uma vontade de preservar a genuinidade vinícola da Bairrada a partir de pequenos lotes de vinhos laboriosamente preparados e maturados. Isto num momento de grande massificação e diversificação da oferta de vinhos a nível mundial, mas também, e paradoxalmente, de uma certa homogeneização das características organoléticas dos mesmos.

Ao invés, PGA cria vinhos com identidade, caráter, complexidade. Vinhos com sentimento de pertença a um terroir, mas ao mesmo tempo de perfil cosmopolita graças ao know-how enológico e à inovação tecnológica que a globalização proporciona aos produtores de todo o mundo.

No fundo, PGA reinterpreta a tradição para que os seus vinhos sejam autenticamente Bairrada, como um poema que precisa da rugosidade do papel amarelecido e da subtileza da tinta permanente para atingir a exuberância.

Foi o bisavô de Pedro Guilherme Andrade, António Martins Simões, quem plantou as primeiras vinhas. Predominavam então as castas tradicionais da Bairrada, como a Baga e o Castelão. Depois de vindimadas, as uvas eram colocadas em balseiros de madeira, onde posteriormente fermentavam numa adega construída junto à moradia da família. Uma vez produzido, o vinho era armazenado em toneis e pipas construídos em madeira por tanoeiros das localidades vizinhas.

Com a morte do patriarca, é o avô de Pedro Guilherme Andrade, de seu nome Agostinho Andrade, quem dá continuidade à produção de vinho na propriedade de Vale de Boi, que entretanto ganhou maiores dimensões por ação, precisamente, deste último viticultor. A cultura da vinha era realizada de acordo com os métodos da época, sendo os terrenos cavados com enxadas e enriquecidos com mato abundante. A produção de vinho seria assumida nas últimas décadas do século XX pelo pai de Pedro Guilherme Andrade, António Guilherme Andrade, após falecimento do seu progenitor, Agostinho Andrade. Era um imperativo familiar prosseguir a cultura da vinha, mas agora com um novo fôlego motivado pela expansão dos terrenos e pela introdução de novas técnicas e equipamentos.

A transformação quase total da produção passou, desde logo, pela vinha, cuja área de cultivo aumentou significativamente e ganhou novas castas. Paralelamente, a maturação do vinho deixou de ser feita em balseiros de madeira, entretanto substituídos por cubas de inox e barricas de carvalho francês. Este labor vitivinícola que atravessou gerações está fundeado num terroir com características excecionais para a produção de vinhos tranquilos e espumantes com Denominação de Origem Bairrada. Em solos argilo-calcários situados numa cota alta, predominam as castas tintas Baga, Touriga Nacional e Merlot e as castas brancas Bical, Cercial e Chardonnay. A vinha numa altitude superior faz com que os vinhos tranquilos e espumantes aqui produzidos tenham boa acidez, equilíbrio e frescura. Características que decorrem, igualmente, do clima moderado da região da Bairrada, a cujos invernos temperados se sucedem verões amenizados pela brisa atlântica.

Por seu turno, a adega, entretanto modernizada, assegura que a qualidade das uvas dá origem a vinhos tranquilos e espumantes bem estruturados, elegantes e com potencial de longevidade.